Edvaldo Jones Babalorixa 

Edvaldo Jones, carinhosamente chamado de Babau, nasceu em agosto de 1961. Filho carnal de Dirce Andrade e Milton Jones, Pai Edvaldo começou sua busca pela compreensão da dimensão espiritual em sua existência desde a infância, período em que foi acometido por graves doenças. Embora não tenha nascido em um lar cuja religiosidade

fosse uma prática ativa, ao longo de sua juventude, Babau trilhou inúmeros caminhos religiosos. Desse modo, pôde experimentar, desde muito jovem, a vivência com a religião católica e, mais ativamente, com o espiritismo, ao qual se dedicou dos 15 aos 20 anos. 

No entanto, insatisfeito com os caminhos que trilhava, o jovem Jones deixou de frequentar o centro espírita e passou a realizar as próprias reuniões na empresa de informática que mantinha no bairro Dois de Julho. Nesses encontros, surpreendentemente, ele reunia, por volta de cinquenta pessoas em busca de cuidados espirituais. Até que, descrente da vida espiritual e imerso em inúmeras demandas da carreira profissional e acadêmica, Edvaldo, no auge dos seus 20 anos, abandona toda trajetória espiritual que havia construído até então.

A partir desse momento, a vida de Jones começa a ganhar novos contornos. É, em meio à vida material, assim como a espiritual, totalmente turbulenta e desequilibrada, que Edvaldo tem seu primeiro contato com uma casa de candomblé. Um amigo próximo levou-o a um terreiro onde começou a trilhar um novo percurso com a espiritualidade: os seus caminhos de axé. Sem nenhum contato anterior com os fundamentos do candomblé, a sua chegada, no terreiro, é dada por meio a muita desconfiança e descrença. Na primeira festa de candomblé que Jones vivenciou, o orixá escolheu o chão que seria o seu terreiro. Dois meses depois, em 26 de janeiro de 1983, aos 22 anos, começa a sua iniciação no candomblé.

Em contrapartida, mesmo após iniciado no santo, por não acreditar que a vida que ele tinha vislumbrado era para a dedicação religiosa, Pai Edvaldo fugia do compromisso e da responsabilidade de seus caminhos no axé. Essas fugas, entretanto, não foram impeditivas para que um ano após sua feitura, recebesse, em outra casa, o cargo de Babaquequerê. Jones, ao mesmo tempo em que honrava com suas obrigações, fugia a todo custo do cumprimento de seu destino: ser Babalorixá.

Não demorou muito tempo para que a própria espiritualidade mostrasse a Pai Edvaldo a necessidade de tomar as rédeas do próprio destino. Com menos de três anos de iniciado, o Caboclo exigiu que ele começasse a trabalhar em prol das pessoas. Jones, então, começou a atender em seu próprio apartamento no bairro de Brotas. Desse momento em diante, no sexto andar do seu pequeno, porém aconchegante apartamento, começou a se desenhar as bases do axé que, depreciativamente, as pessoas começaram a chamar de “axé voador”. Após Baba Edvaldo receber o deká em sua festa de obrigação de sete anos, o “axé voador”, pelos sopros de Exu, levantou novos voos e posou em outro chão, fundando, assim, o Ilê Axé Inginoquê Omorossí.

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